E Campel
O amor incondicional na visão do iluminismo poético
Textos
A LENDA DA PEDRA AZUL

O menino dormia sozinho, como sempre vivia. Naquele lugar tudo era diferente. O céu estava sempre estrelado, que fazia a noite parecer dia. De repente tudo era um paraíso. As crianças viviam felizes e sorrindo, contagiadas pelo lindo azul do céu e encantadas diante da aurora boreal.

A noite tinha sempre um brilho como o dourado do sol. Na­quele lugar fascinante, como de costume, aquele menino sem­pre sonhava. De repente uma porta se abriu! Ao mesmo tempo uma folha voava! O ar transformava suas palavras ao tentar se expressar. Na direção em que o vento soprava, um montinho de terra se formava, muito brilhante.

O menino, mesmo de olhos fechados, quase dormindo, queria se levantar e caminhar, para onde o vento levava aquela folha mais distante. O vento ressoava fazendo um zumbido que o assustava. E também ouvia um sussurro que entoava diferen­te. Parecia um assobio, mas na verdade era alguém chamando pelo seu nome. Pietrus! Pietrus! Pietrus da pedra azul! E ao mes­mo tempo dizia: abra os olhos e olhe na direção daquela intensa luz! O menino não conseguia enxergar diante dos feches de luz do espectro azul.

Logo em seguida, o menino percebeu que estava sonhan­do. Acordou-se assustado procurando pela pedra azul do sonho. Recordou-se que antes de dormir, teria prometido aos seus ami­guinhos, que acharia a pedra azul em um lago próximo a sua casa.

Na realidade era a pedra azul de uma lenda, que um dia ele teria ouvido alguém contar. Na imaginação de Pietrus, recor­dava-se de outros sonhos de criança. Vinha numa lembrança que o contagiava, motivando-lhe a cumprir o que teria prometido em dias anteriores. Algo lhe cobrava encontrar a pedra azul, que segundo a lenda, quem a encontrasse teria um grande poder.

Como um despertar diferente!

O poder pelo encontro ou achado capaz de transformar tudo que desejasse. Assim, Pietrus ficou sentindo-se irradiado com tantas energias de encanto que não sabia explicar. Na ver­dade, não deveria nada temer e sim ser sempre corajoso.

Foi então que decidiu procurar a pedra azul do seu sonho, tomou coragem e seguiu o rio, em direção da forte luz. Lá che­gando, recordou-se que era o lugar que sonhava. Onde somente existia alegria radiante pelo brilho do sol.

Depois de muito dormir naquele lindo lugar, depois de muito sonhar, um novo dia começava diferente para o menino que desejava achar a pedra azul. Só existiam certeza e coragem para aquele menino, mesmo ainda, tão jovem. Desde o dia que sonhara caminhando na direção do espectro azul, os pássaros cantavam uma melodia suave. Cuidavam dos seus ninhos com muito amor. A alegria franzia a testa do menino admirado. Como consegui avançar na direção dessa luz? O que mais seria um sonho, agora se tornava realidade.

Era o lugar do sonho que ele tanto esperava encontrar. Aos poucos, o ar ficava rarefeito, caíam granizos e fazia muito frio. Ao mesmo tempo, a temperatura tornava-se mais amena. Um clima aconchegante modificava aquele novo lugar. Tudo se confundia como uma magia de encanto, que até parecia que nada era de verdade. E um medo começava a arrepiar Pietrus, que pensava em voz alta.

– Estou sentindo a força de um pássaro. E agora, terei de voar para ultrapassar a corrente do rio! Na mente de Pietrus pa­recia existir um poder diferente! Ter toda a coragem que pensava sem nada hesitar.

Mas uma vez, o vento soprava diferente. Embora na dire­ção de Pietrus os granizos não lhe atingiam. Estava agora diante de uma correnteza muito forte, mas avistava no fundo do rio a linda pedra azul. A pedra azul do sonho!

Tinha um brilho tão especial que sinalizava como um pon­to mágico! Uma corrente circular se formava transformando-se num redemoinho! Pietrus ficou sem se mexer por alguns ins­tantes! Não sabia se deveria seguir. Ao mesmo tempo, tinha a certeza da sua coragem. Sentia ter um poder em suas mãos. Um poder tão imenso que não imaginava, ao pegar na pedra azul. Lembrou-se que a sua coragem e persistência no que seu sonho trazia, resplandecia numa imensa beleza e satisfação, ao ter a esperança de realizá-lo.

Trazendo um novo encanto com aquela história, vinda da lenda da pedra azul. Contava que a coragem deveria existir para certeza da vida. Ensinou para aquele menino que, com o amor, tudo de bom poderia acontecer.

Assim, com muita alegria foi com a pedra azul levar para os seus amiguinhos, a mensagem trazida pela lenda da pedra azul. Este enigma da lenda da pedra azul lhe concedeu desde o seu nascer o título de nobreza, trazido em seu próprio nome sem mesmo querer.


***Foto da Autora***

 
E Campel
Enviado por E Campel em 04/01/2010
Alterado em 31/05/2012
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