E Campel
O amor incondicional na visão do iluminismo poético
Meu Diário
28/08/2010 19h02
O VAMPIRO DO DIA - Capítulo 4 - O REENCONTRO
O VAMPIRO DO DIA - Capítulo 4 - O REENCONTRO

O dia seguinte amanheceu ainda nublado com nuvens carregadas. De repente um estrondo sacudiu como um trovão rasgando as paredes do meu quarto. Sentia muito frio, parecia que estava acontecendo um grande vendaval. Olhei pela fresta da janela e observei do lado de fora o tempo bastante chuvoso. Logo pensei é hora de levantar.

Do lado de fora do quarto o vento era forte e fazia muito barulho na rua. Vi que o vento batia de forma violenta nas árvores e que fazia os galhos balançar a sua copa. Assim, quando me aproximei do elevador observei que estava desligado. Resolvi descer pelas escadas para ver como o tempo estava lá fora.

Antes de sair do hotel fiquei observando se aquela chuva deveria logo passar. Ao olhar na direção das paredes do hotel vi que as sombras das árvores ficavam se mexendo pelo vento que era forte demais. Faltou luz de repente e tudo escurecia como se fosse quase de noite. No entanto, ainda era menos de oito horas da manhã. Sentia uma sensação de algo diferente em torno de mim talvez pelo dia bastante sombrio e sem o sol.

Fui até o restaurante do hotel para tomar café. E chegando naquele espaço até aconchegante, pelas flores e frutas ornamentando a mesa me senti melhor. Observei que naquela manhã tinham poucos hóspedes naquele restaurante. Resolvi me sentar numa mesa para aproveitar também e ler as manchetes do jornal. E logo vi uma foto que cobria a reportagem da primeira folha. Era mais do que uma chamada, pois a notícia dizia, perigo de nova invasão. Fiquei muito curioso para descobri e logo entendi, são naves que sobrevoam aquela região, provenientes de outros lugares. Indaguei ao meu interior, de onde será que elas vêm? Fui lendo as notícias e descobri que aquilo às vezes era comum. O que mudava na verdade era a origem de onde eles poderiam ter vindo. Inclusive, fiquei admirado porque na página de anúncios diversos, existia um que me chamou atenção. Parecia que teria havido um ataque dos ditos objetos denominados naves espaciais.

Comecei a pensar, tenho que ver com muito cuidado tudo isso, pois da cidade de onde eu vi isso não existe. Parece mesmo estranho demais. Nem sei dizer como, mas aqui é uma região cheia de novidades, de coisas diferentes e inusitadas também. Parece até uma epopéia daqui a pouco, pela fantasia das histórias, das lendas e dos sonhos. Lembrei até do sonho que teria acontecido comigo há dois dias. Pensei até nas palavras de Saldanha quando me prometeu contar histórias e lendas daquele local. Ativei o meu pensamento ainda mais pelos contos prometidos por Saldanha. Até porque desde que aqui cheguei cada dia tem mais novidades. Que é isso! Cada vez mais aumentavam as minhas desconfianças para novas perguntas que surgiriam. Um lugar muito diferente de muitos que tive oportunidade de seguir, para fazer uma missão de trabalho.

Desde que cheguei do lado externo do hotel algo me indagava diferente. Vou caminhar até um ponto de transporte. Fiquei deslumbrado porque tinha linha de trem suspensa ou com trilhos aéreos. Todo por sistema aéreo. Até me lembrei quando era criança que fazia frio nas noites de São João. Recordo que perto da rua que morava tinha uma estação de trem. Também, que o trem fazia zoada apitando ao passar perto de onde morava quando era menino. São lembranças que o tempo passa e agente não se esquece mesmo.

Pensei eu vou procurar a estação do trem afinal desejava pegar aquele trem que ainda não conhecia. Até que cheguei na estação que por sinal me deixou muito impressionado porque era muito moderna. Tudo era informatizado, cheio de câmaras por todos os corredores. As borboletas do passado aqui eram diferentes, pelo sistema de portas com sensores bastante protegidas. Nem se quer precisavam de recepcionistas, pois o circuito de tv era todo monitorado por câmaras e sinais indicadores de luminosos. Uns até com frase dando total orientação por sinalização como bastante moderno tudo por GPS, muito parecido com aeronaves dos filmes de antigamente, em vez de um simples trem.

Fiquei muito intrigado, porque sabia que deveria chegar a algum lugar, para poder ler e até fazer algumas perguntas. De repente parei para pensar e analisar as estações daquele trem para descer num ponto de estratégia. Pensei, para onde deveria seguir, no caso para encontrar um museu, talvez uma biblioteca, quem sabe ou até encontrar um local para ler e começar a descobrir coisas daquela cidade. Foi quando vi que a próxima estação era do Forte do Brum e até me animei.

Peguei o próximo trem que seguia na direção norte. As cadeiras eram bastante confortáveis e modernas. O pagamento da passagem era feito com cartão digital que tinha comprado no início da estação. Observei as indicações de saída, entrada e tudo bem sinalizado e com tinta especial luminosa. Sabia a que distância teria de descer. Calculei que cerca de cinco quilômetros já estaria no Forte do Brum.

Chegando naquele local, fiquei deslumbrado de início porque achei que era um local bastante sofisticado, bem cuidado e antigo. Tinha uma biblioteca muito moderna que nada ficava a desejar. Como visitante, logo que cheguei me identifiquei para uma jovem recepcionista que me deu um crachá que era um cartão magnético somente com um número seguido por três letras, FDB, logo imaginei Forte do Brum. Tinha um circuito de TV interno com câmeras todas digitais. À medida que caminhava sentia que parecia que tinha uma delas me monitorando mesmo, porque elas mudavam de posição todas de forma automática.

Entrei em um ambiente que indicava que estava chegando no museu do tal Forte do Brum, onde li um aviso, que não poderia filmar e nem fazer fotos. Pensei rápido então vou ter de escrever pelo menos. Foi quando vi uma ampla sala que tive que ficar numa fila esperando para assisti um filme para ver como foi a origem daquele forte.

Interessante porque ainda estava muito preservado pelo passado dos séculos. Descobri que aquele forte foi construído pelos portugueses a partir do ano de 1626. E que teria se iniciado sob as ruínas de uma trincheira. Que o responsável pela obra foi o engenheiro Diogo Paes. Que depois com a invasão holandesa o forte foi conquistado em 1630. Quando a partir de então os invasores passaram a continuar com as suas obras sob a supervisão de Van Bueren, Commersteyn e Andréa Crewich.

Muitas informações eu observei, aprendi e passei a anotar com bastante cuidado. Que aquele forte foi construído pelos portugueses até já esperava, mas não sabia que teria tudo surgido a partir de uma invasão dos holandeses e utilizando um ataque por trincheiras. Também, que somente depois de mais de vinte anos, ou exatamente no ano de 1654 foi que os portugueses começaram a reconstrução daquele forte depois da expulsão dos holandeses.

Fiquei admirado quando li que aquele forte já acolheu a 21ª Circunscrição do serviço Militar da 7ª Região e que naquele local que tem o Museu Militar, tem tudo ainda hoje preservado, inclusive uma coleção espetacular de armas, de munições e fardamentos desde a época da invasão holandesa.

Descobri também, que naquele local tinha um arco que era denominado de arco de Bom Jesus. Que representava como uma porta norte da cidade, que ficava situado na Rua do Bom Jesus. Fiquei encantado. Não parava de pensar da rua dos mistérios.

Li que o nome antigo da Rua do Bom Jesus era Rua dos Judeus e que depois foi também chamada de Rua das Cruzes. Fiquei mais do que admirado, porquanto fazia mil pensamentos sobre principalmente ao nome da rua das cruzes. Que na época nassoviana existiu naquele local a primeira sinagoga das Américas. Somente me lembrava, do que naquela rua teria presenciado e guardado como experiência.

Que dentre os três arcos que naquele escrito que lia destacava, de forma mais precisa aquele que era o maior. Que fazia ênfase aquele arco daquele local do forte do Brum, onde as solenidades religiosas aconteciam. Que o público era permitido naquele local entrar inclusive.

Era o Arco do Bom Jesus que foi o primeiro que tombou diante da sanha demolidora dos remodeladores do bairro do Recife. Inclusive, que os restos da demolição foram aproveitados na construção do Arsenal de Marinha no ano de 1850. Que tudo ficou sob a administração de Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês do Paraná, prédio que depois foi reformado e recuperado e é conhecido como de Torre Malakoff. Muito bem escrito tudo isso foi feito por Frank dos Santos Ramos, grande nome da Universidade Federal Fluminense da cidade do Rio de Janeiro.

Nos escritos de Frank dos Santos Ramos ele descreve que no dia dois de dezembro de 2001, após solene cerimônia, contando com a presença de destacadas personalidades da sociedade brasileira e israelita, foi re-inaugurada, em Recife, no Estado de Pernambuco, a sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel.

Essa foi à primeira sinagoga legal das Américas, fundada, segundo alguns autores, em 1636. Seu reconhecimento foi concretizado, após anos de pesquisas em vários arquivos nordestinos e europeus feitos pelo historiador José Antonio Gonsalves de Mello e conseqüente no trabalho arqueológico, sobre a atual Rua do Bom Jesus, antiga rua dos Judeus dos tempos flamengos.

Esta descoberta, então, passaria a ser notícia em vários países do mundo, obtendo especial atenção do povo judeu. Que ficou muito ansioso pela reconstituição de um dos mais importantes episódios envolvendo seus antepassados no Novo Mundo.

Também relatou o estudioso Frank dos Santos Ramos:

- Que a referida sinagoga fora construída durante a segunda invasão holandesa, entre meados de 1630 até 1654. Na época o Recife era capitania de Pernambuco. Que muitas transações comerciais naquela época vinham da cidade de Amsterdam promovendo um grande renascimento de práticas de seus antepassados em relação aos chamados cristãos dos tempos novos. Que vieram residir nas costas brasílicas recém tomadas pelos colonizadores lusitanos.

- Que a mentalidade calvinista da época era presente na colônia brasílica na interpretação moral do comercio na visão de lucrar, do que era condenado pelo cristianismo. Dai, pela questão mais pertinente que era a religiosa, a colônia lusa nas Américas possuía um doutrinamento moral fortemente cristão. Apesar, de que se sabia que no solo holandês, a liberdade para as manifestações religiosas poderia acontecer desde que não ferisse as demais.

- Levando-se em consideração que vários dos grandes comerciantes e altos funcionários administrativos da WIC eram de origem judaica. Assim como, seus pares, os cristãos novos, grupo preferido na averiguação das mesas verificadoras do Santo Ofício, durante suas visitações, passava a abrir um novo precedente na história colonial.

- Que a partir do momento que esses comerciantes já haviam providenciado o corpo administrativo da companhia, as leis passariam a ser promulgadas garantindo os direitos ao livre culto na Holanda.

- Como os comerciantes holandeses lidavam diretamente com várias nacionalidades, era comum encontrar diversas profissões de fé. Por isso, tinha que existir uma maior tolerância religiosa em relação aos parceiros comerciais.

- Até que a instalação da sinagoga Zur Israel, em Recife, deu causa a contratação de toda uma hierarquia sacerdotal para garantir o bom andamento dos ofícios religiosos. Desse modo, chegaram da comunidade Beth de Amsterdam, o Haham Isaac Aboab da Fonseca, “um dos quatro rabinos da congregação ‘Talmud torah’ de Amsterdam”, acompanhado por outros judeus que exerceram funções oficiosas específicas, por volta de 1642.

- Que na verdade contribuiu com a instalação da comunidade judaica recifense, devido as crescentes necessidades locais e pessoais de seus membros. Havendo por conta desse fato, a construção de uma segunda sinagoga, a Kahal Kadosh Maghen Abraham, na cidade de Itamaracá.

- Naquela época, a regulamentação da comunidade judaica, foi feita através de um regimento interno que controlava e promovia a manutenção dos serviços desse grupo. Também, que a administração, era responsável pelo número de judeus residentes no Brasil e do controle de suas contribuições financeiras em prol da comunidade. Por outro lado, a justiça, regulava a manutenção e o cumprimento das tradições dos seus antepassados. Podendo, inclusive, promover a solução de problemas de seus pares. Seja na questão das finanças, como no uso dos recursos coletados de várias fontes. Estes procedimentos foram registrados no livro das atas dessa congregação judaica no período de sua legalidade, ou seja, entre meados dos anos de 1648 até 1653.

- Interessante foi que, este período ficou marcado por relativa paz, não podendo ser esquecido, que a ameaça lusa de reconquista foi sempre constante. Talvez, porque deu causa a expulsão dos holandeses, onde novos capítulos seriam registrados. Novas diligências foram feitas por oficiais do Santo Ofício, que promoveram a instauração de novos processos contra judeus e também de novos cristãos. Que findaria com o ressurgimento de novas ondas de anti-semitismo na colônia que se estenderia até o começo do século XX.

- Ainda que, a sinagoga Zur Israel foi vendida, após a saída dos holandeses, para João Fernandes Vieira. Que, por sua vez, fez doação daquela propriedade para os padres da Congregação do Oratório de Santo Amaro.

- Que segundo depoimentos de eclesiásticos daquela época, a finalidade dada à antiga sinagoga foi para apagar seu passado de máculas feitas pelos seus antigos proprietários. Assim chamados por pessoas de sangue impuro, além daqueles cristãos novos que poderiam ser obedientes às leis mosaicas com a fundação da comunidade judaica.

- Nos séculos posteriores, com destaque no século XVII, parece que sucedeu com um completo desaparecimento de documentos, relatos ou bibliografia que pudesse ter sido produzida. Não se sabendo do paradeiro, porque ficaram substituídas com outras histórias. Muitas vezes, conhecidas como verdadeiras pelo fato de ser real.

Foi exatamente, nesse momento que passei a indagar. Que história pode aqui ter acontecido. Se for do campo da suposição, pode ser imaginação. Mesmo assim ainda quero saber.

Os restos das antigas estruturas daquela sinagoga, ainda poderiam servir para novos estudos, de novos conhecimentos. Somente o tempo foi o responsável de mostrar.

Que depois apenas no início do XX, após anos de pesquisas finalmente ela seria encontrada. Seguiu-se o processo de recuperação de suas estruturas, abandonadas por longa data, ocorrendo finalmente sua re-inauguração no final do ano de 2001.

Mesmo que as obras referentes à existência da sinagoga Kahal Zur Israel possam ainda ser limitada, em relação ao período da invasão holandesa, grande parte da documentação se encontra guardada em arquivos e bibliotecas especializadas na cidade de Amsterdam na Holanda.

Entretanto parte deste material possui cópias no Brasil, sobremaneira nos arquivos de instituições públicas do Estado de Pernambuco. Como também da riqueza das bibliotecas do Estado do Rio de Janeiro, também possuidora de material pertinente.

Nesse sentido, um dos documentos de grande relevância, podemos citar o livro de atas da sinagoga e o regimento interno da comunidade Zur Israel. Que foi editada pela Biblioteca Nacional.

Como também, a documentação oficial da Companhia das Índias Ocidentais ou da administração nassoviana, que foi traduzida no idioma português. Somando-se a estas fontes, a obra dos cronistas de época, com destaque do Frei Manoel Calado, com sua obra o VALEROSO LUCIDENO ou TRIUMPHO DA LIBERDADE, a traçar um quadro do funcionamento da sociedade recifense, além da grande atenção dispensada em relação à atuação dos judeus na colônia brasílica e na Europa.

Que também é importante frisar que a não menção da existência da sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel, após a reconquista lusa, também pode ser considerado um fato de grande relevância.

Apesar dos estudos sobre a situação de algumas famílias descendentes dos sefaraditas e dos novos cristãos, caber destaque as obras Gente da nação e no Tempo dos Flamengos, de José Antonio Gonsalves de Mello e Olinda restaurada de Evaldo Cabral de Mello.

Até que por fim, que Frank apontou uma lacuna existente no conhecimento da sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel e da atuação dos novos judeus nas primeiras décadas de ocupação holandesa no Nordeste antigamente chamado de nordeste açucareiro, responsáveis pela introdução de uma liberdade religiosa particular e única nos domínios lusos no Novo Mundo. Embora curta, posto que a interferência flamenga duraria poucas décadas. Que marcou definitivamente a manutenção e a sobrevivência da fé hebraica na colônia brasílica, sobremaneira nas capitanias de cima, onde seus descendentes participariam ativamente da economia colonial.

Achei que os conhecimentos dos estudos que foram relatados, pouco passariam para entender o que de novo se sucedia pelas novas épocas bastante modernas, depois de passados alguns séculos.

Por outro lado, queria mais ainda investigar o que esses fatos seriam como um reencontro de um passado nascendo novamente. Passei a querer mais ainda indagar, que ligação tudo isso poderia existir verdadeiramente, diante do tal homem de Saldanha, em relação ao passado dos ancestrais.

Saldanha deve dar alguma explicação a tudo isso. Dentro do modelo de concepção de saber versejar uma história de criação original e complementada, por uma fantasia de conto de história ou até mesmo de lenda.

Resolvi sair daquele local muito cheio de notícias, argumentos e realidades, para caminhar em torno de um sonho encontrando o passado ali existente na Rua do Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus e depois Rua das Cruzes.

Pensei em voltar, mas não de trem. No caso, seguindo o mesmo destino daquele trem de volta, procurando sempre ficar com a sintonia bem ligada com tudo que pudesse acontecer.

Vi que algumas pessoas seguiam em direção da Rua do Bom Jesus, que pareciam dispostas e até corajosas pelo porte do andar e do olhar.

Nada ocupava a minha mente, a não ser de reencontrar o homem de Saldanha. De longe, antes de chegar na Rua do Bom Jesus, parecia querer descobrir de novo ou penetrar na dimensão dos novos achados para interpelar impedindo ou ajudando, tudo que pudesse contribuir com o meu ofício. Também, que estaria à procura do menino Silvino.

Se a Rua do Bom Jesus já foi chamada de Rua dos Judeus, ai tem coisas! Também, se a dita Rua dos Judeus já foi chamada de Rua das Cruzes. Que cruzes são elas! No caso em número de quantas? Porque cruzes, somente para possuir força de ter de ajudar até então.

Resolvi atravessar o largo, que dava na direção da Rua do Bom Jesus, encontrando aquele homem que me atendeu com um copo de água, somente. Somente que ela andava muito rápido e quando tentei parar ele, percebi que nada gostou. Logo em seguida ele falou:

- Expressando somente, agora não dar estou atrasado.

Até que pude ver de perto, pela vontade de fazer algumas perguntas a ele. Nada de esquecimento, pois ainda lembrava na minha flor do pensamento, que o nome dele era Amadeu. Não sabia nem como perguntar a ele, se ele ainda estaria trabalhando naquele local. Foi para minha surpresa que respondeu:

- Eu nunca trabalhei na Rua do Bom Jesus.

Preferi me fazer de esquecido, optando pelo silêncio, talvez para não me arrepender. Ou piorar tudo ainda mais.

Observei que existia uma espécie de mau humor, em torno de todas aquelas pessoas. Cheguei a pensar inclusive, que as criaturas eram no mínimo bastante estranhas. Que naquele local já estava aprendendo muito com aquelas pessoas.

Entre verdades de informações e outras realidades de fatos da história, estaria fazendo um grande desafio para contar mais uma história. Se essa ou aquela estaria no meio das histórias até inusitadas e de sonhos ou contos, para garantir a maior satisfação e o meu ideal de escritor jornalista.

E assim, continuei a minha caminhada rua por rua na direção da Rua do Bom Jesus. Na espera de encontrar o que agora faria como um reencontro, seja de hoje, ou no tempo da história, em época bastante antiga do Recife antigo de tantas inspirações.


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Publicado por E Campel
em 28/08/2010 às 19h02
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